quarta-feira, 13 de abril de 2011

Senha...


Escrava (Florbela Espanca)
 
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor,
Eu te saúdo, olhar do meu olhar,
Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mãos tontas de amor!
 
Que te seja propício o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a terra e o mar,
Pelos séculos dos séculos sem par,
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor!
 
Eu, doce e humilde escrava, te saúdo,
E, de mãos postas, em sentido de prece,
Canto teus olhos de oiro e de veludo.
 
Ah, esse verso imenso de ansiedade,
Esse verso se amor que te fizesse
Ser eterno por toda a Eternidade!...

Um comentário:

Mentor disse...

Por onde você andou esse tempo todo que só agora é que te encontrei?
Beijos,
Mentor